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- Conversor de 10KHz à 450KHz para HF:
Para permitir o uso de
receptores de HF em VLF, LF e na região mais baixa do espectro de MF, o
acessório mais prático é um conversor.
Optei por uma solução
relativamente simples: um mixer duplamente balanceado, um oscilador local tipo
CMOS (oscilador de clock) alguns indutores e capacitores. Um diagrama inicial
pode ser visto abaixo.
Os indutores são estes
moldados comumente encontrados no comércio, encapsulados em plástico, na forma
de um paralelepípedo colorido. O "Q" destes indutores foi assumido
como igual a 60. Se a idéia for enrolar os próprios indutores em núcleo de ar
ou mesmo toroides de ferrite adequados à estas frequências, o "Q"
poderá ser maior do que o adotado. A mudança que ocorrerá é que as perdas
por inserção serão menores e os nulos mais profundos. Os capacitores são de
disco de cerâmica ou SMD, exceto o de entrada de antena que é de poliester.
Quanto ao mixer, usei um
fabricado pela Minicircuits. Existem diversos modelos deste e de outros
fabricantes. Mas fiz testes, no caso da Minicircuits, com alguns deles: TUF-1,
SBL-1, SRA-3, apenas para citar alguns.
Não são modelos específicos
para VLF e LF. Existem. Mas este tipo de mixer tem uma configuração de três
portas, onde uma delas é o sinal de RF, a segunda é para conexão à um
oscilador local e a terceira seria a saída (ou entrada) de FI.
Os modelos mais comuns
necessitam de um oscilador local com potência de +7dBm (5mW). Existem outras
versões para 3dBm, 10dBm, 17dBm (os chamados high-level mixers). E estes
modelos comuns são em sua grande maioria úteis de 1MHz a 1GHz, ou 1MHz à
500MHz, nas portas de osciladot local e na de RF. Ou seja, características
inadequadas para o uso "normal" em VLF.
Porém se invertermos duas
portas, podemos utilizá-los de "DC" até a frequência máxima
especificada para a FI. Neste caso do uso em VLF, a porta de entrada para RF
passa à ser a porta que normalmente é denominada de FI, pois esta porta opera
de DC até Fmax de funcionamento do componente (500MHz, 1GHz, depende do modelo,
são centenas).
Cada uma destas portas desse
tipo de mixer têm impedância de 50 W. Portanto o oscilador local CMOS, ou
qualquer outro que se queira, algum TCXO retirado de sucata e etc, tem que ser
seguido de um amplificador que, além de filtrar o sinal gerado por esse
oscilador, tem a função de excitar cargas de 50 W.
Apesar de operar de DC até
algumas centenas de MHz, a porta de FI receberá apenas sinais AC, isto é,
haverá um capacitor de isolação entre sinal da antena e a porta de FI
(convertida em porta de entrada de RF), além de um filtro passa-baixos
limitando a entrada em 450KHz. É necessário atenuar a faixa de ondas médias
em pelo menos 40dB para evitar bloqueio da recepção por saturação do mixer.
A resposta em frequência do filtro implementado pode ser observada na figura
abaixo.
Estes mixers têm uma perda de
inserção de 7dB. Não chega a ser um problema insolúvel pois as antenas para
esta região do espectro, em sua maioria, embutem alguma espécie de
pré-amplificador. Porém se houver o interesse em que esse conversor seja um
acessório transparente aos níveis de RF, basta adicionar entre o filtro de
entrada e o mixer um
pré-amplificador de ganho entre 7 e 12dB (o ganho será igual à perda no
filtro de entrada + perda por inserção no mixer + perda no filtro de saída.
Alguém pode querer se
aventurar a receber sinais menores que 10KHz com esta configuração. Há apenas
que observar que teremos neste (ou em qualquer conversor de VLF para HF) um
oscilador local de +7dBm conectado ao mixer. O sinal deste oscilador, por mais
equilibrado que seja o dispositivo adotado, sempre vasará na saída de HF,
afinal ele está à 10KHz do início da faixa de conversão. Existirá mas não
com um nível de +7dBm, porém com algo -25dB em média, abaixo. Apenas como
informação, um sinal de 0dBm equivale à S9+75dB.
Se a intenção é pesquisar
sinais abaixo de 10KHz, outras alternativas existem: é mais vantajoso o uso de
um software no PC (como o Winrad, por exemplo) e a entrada "de antena"
passa a ser uma das entradas de linha da placa de som, desde que isolada por um
pequeno transformador de áudio (destes retirados de algum rádio portátil
antigo). Antes deste transformador é interessante o uso de um filtro
passa-baixos, com frequência de corte de 24KHz (para placas com clock máximo
de 48KHz), ou o equivalente em placas de melhor qualidade (os clocks podem ser
de 96KHz, 192KHz ou maiores). E um capacitor, ou um trap, que de algum modo
reduza o sinal de 60Hz e seus primeiros harmônicos. Mas existem sinais abaixo
de 10KHz, como alguns experimentos em 76 e 82Hz, as ressonâncias de Schumann,
whisper e toda a sorte de emissões naturais ou criadas pelo homem.
(continua ...)
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